Por Mariana Claudino
Você certamente já ouviu falar que o leite materno é o alimento mais completo do mundo. Mas para que a mulher consiga amamentar seu bebê, ela precisa de uma rede de apoio, já que muitas vezes o desmame precoce acontece por questões da vida moderna como rotina e volta precoce de trabalho, falta de informação sobre a pega correta e, também, sobre os benefícios do aleitamento materno. É por isso que a campanha Agosto Dourado existe em todo o mundo, com o objetivo de reforçar a importância do leite humano para a alimentação do bebê. Este ano, inclusive, a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), que acontece sempre na primeira semana de agosto, trouxe iniciativas de conscientização que ocorrem até o fim do mês, em diversos locais do Brasil, com o mote “Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham”, para debater a amamentação e o emprego/trabalho. E mostra o impacto da licença remunerada, do apoio no local de trabalho e das normas parentais emergentes sobre a amamentação através das lentes dos próprios pais. Desde 2016, a SMAM está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas), já que a amamentação está vinculada à boa nutrição, à segurança alimentar e a redução de desigualdades.
“Agosto dourado”: e por que este nome? O leite materno é considerado, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), um alimento de ouro para a saúde das crianças. A cor dourada representa o tom que simboliza o ‘padrão ouro” de qualidade do leite humano. O movimento, criado pela OMS e pela Unicef em 1992, tem como objetivo promover o aleitamento materno neste mês de conscientização e estímulo à amamentação.
Este alimento “de ouro” concentra todos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento do bebê, com destaque para antimicrobianos, anti-inflamatórios, enzimas digestivas, além de vários tipos de hormônios. Ele é tão importante e fundamental que, segundo recomendação da OMS, deve ser o alimento exclusivo do recém-nascido até seis meses de vida – sendo ideal a continuação da amamentação até os 2 anos do bebê.
Veja aqui o folder preparado pela IBFAN (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar) para a campanha Agosto Dourado deste ano:
Segundo a IBFAN, a pandemia de COVID-19 afetou negativamente as mulheres grávidas, aumentando o risco de desemprego e perda de meios de subsistência e interrompendo o acesso a serviços e apoio pré-natal, pós-natal e de amamentação no sistema de saúde. Por isso, a rede defende a “importância de levar em consideração as lições aprendidas durante a pandemia e atualizar as políticas de proteção social parental que atendam à situação atual”.
Lembrando que o Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, que foi lançado em 2019 e tem um capítulo inteiramente dedicado ao tema da amamentação (“Leite materno: o primeiro alimento”, está disponível na internet e pode ser baixado gratuitamente.
Clique aqui para ter acesso e saber ainda mais sobre este tema:
*Mariana Claudino é jornalista, nutricionista, pós-graduada em Comportamento Alimentar, co-fundadora do movimento Põe no Rótulo, membro da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, ex-aluna e mãe da EDEM e integrante do Departamento de Comunicação da escola